Avós de Diênnifer Fischer Pinheiro, Ofrázio Pinheiro e Leonida Fischer
Foto de Achutti na sala da casa de seu Ofrazio Pinheiro
Achutti com seu Ofrazio Pinheiro
Em 2015, o fotógrafo/antropólogo Luiz Eduardo Robinson Achutti recebeu uma mensagem enigmática em sua rede social: “Você tem a minha história!”. A mensagem havia sido enviada por uma jovem de 20 anos, até então “desconhecida”.
A interpelação, intempestiva, ficou em suspenso. Mas insistiu, retornando de tempos em tempos, como nossas lembranças.
A jovem persistente, Diênnifer, foi retratada por Achutti com 1 ano de idade, no colo de seus pais, enquanto ele fotografava a primeira experiência de coleta seletiva de material reciclado do Brasil. As fotos eram parte do trabalho de sua dissertação de mestrado que teve lugar na Vila Dique, em Porto Alegre/RS.
Para Diênnifer e seus familiares, os retratos que compõem o livro oriundo da dissertação de Achutti transformaram-se em fotos de família. As fotografias digitais eram um futuro nada previsível. Não chegara a época dos celulares com câmeras e dos selfies em número infinito. Ser fotografado ou revelar uma foto era um luxo. Ainda mais onde o “lixo” tinha por objetivo transformar-se em renda. E, por que não, em memória.
A interpelação, intempestiva, ficou em suspenso. Mas insistiu, retornando de tempos em tempos, como nossas lembranças.
A jovem persistente, Diênnifer, foi retratada por Achutti com 1 ano de idade, no colo de seus pais, enquanto ele fotografava a primeira experiência de coleta seletiva de material reciclado do Brasil. As fotos eram parte do trabalho de sua dissertação de mestrado que teve lugar na Vila Dique, em Porto Alegre/RS.
Para Diênnifer e seus familiares, os retratos que compõem o livro oriundo da dissertação de Achutti transformaram-se em fotos de família. As fotografias digitais eram um futuro nada previsível. Não chegara a época dos celulares com câmeras e dos selfies em número infinito. Ser fotografado ou revelar uma foto era um luxo. Ainda mais onde o “lixo” tinha por objetivo transformar-se em renda. E, por que não, em memória.
Diênnifer buscou Achutti mais de duas décadas depois, atualizando um encontro, uma história, uma memória, uma narrativa. Ou fotoetnografia, conceito cunhado pelo fotógrafo quando da elaboração deste trabalho, em que a imagem compõe a narrativa.
Muitas histórias e memórias foram lembradas posteriormente ao encontro virtual. Histórias individuais e coletivas que se entrecruzam e que se presentificaram neste trabalho. Memórias que contam muitas vidas: do jovem fotógrafo, de um bebê, de um pai, de uma mãe, de trabalhadores, de uma comunidade, de uma cidade, de um país.
O Museu das Memórias (In)Possíveis, fazendo jus ao seu caráter, acompanhou o reencontro de Achutti com Diênnifer em 2019, razão dessa exposição. Esse (re)encontro não se deu apenas entre os dois, mas com muitos outros que fizeram e começaram a compor outras narrativas e memórias. Diênnifer revelou com seu ato que também tinha a história de Achutti, assim como ela supunha que ele tinha a dela. E, com essa exposição, você soma-se a nós podendo, então, contá-la.
Muitas histórias e memórias foram lembradas posteriormente ao encontro virtual. Histórias individuais e coletivas que se entrecruzam e que se presentificaram neste trabalho. Memórias que contam muitas vidas: do jovem fotógrafo, de um bebê, de um pai, de uma mãe, de trabalhadores, de uma comunidade, de uma cidade, de um país.
O Museu das Memórias (In)Possíveis, fazendo jus ao seu caráter, acompanhou o reencontro de Achutti com Diênnifer em 2019, razão dessa exposição. Esse (re)encontro não se deu apenas entre os dois, mas com muitos outros que fizeram e começaram a compor outras narrativas e memórias. Diênnifer revelou com seu ato que também tinha a história de Achutti, assim como ela supunha que ele tinha a dela. E, com essa exposição, você soma-se a nós podendo, então, contá-la.
Fotoetnografia é o método proposto por Achutti, no qual a fotografia
toma para si o protagonismo do processo narrativo durante
a pesquisa etnográfica. A imagem, associada à palavra,
amplia as possibilidades de descrição narrativa. Ao mesmo
tempo em que objetiva o que é observado/vivido pelo antropólogo
e seus interlocutores em campo, reserva espaço para a subjetividade,
para aquilo que foge do quadro e segue produzindo
sentidos.
Achutti reúne duas paixões: a fotografia e a etnografia. Ele funda um conceito que estimula a pensar a concretude das vidas estudadas, a partir de um olhar que pensa por imagens, um refinamento tão caro ao campo da antropologia visual que horizontaliza a comunicação ao construir uma narrativa que não depende das palavras, mas se une a elas.
Achutti reúne duas paixões: a fotografia e a etnografia. Ele funda um conceito que estimula a pensar a concretude das vidas estudadas, a partir de um olhar que pensa por imagens, um refinamento tão caro ao campo da antropologia visual que horizontaliza a comunicação ao construir uma narrativa que não depende das palavras, mas se une a elas.
No quadro abaixo você tem acesso ao aplicativo Miro, uma mesa virtual que possibilita a visualização e reorganização das imagens no
processo de elaboração de narrativas após o trabalho de campo. Com esse aplicativo, você pode alterar a disposição das imagens, propondo
outras relações entre elas e, com isso, construir outras narrativas visuais possíveis. A produção de narrativas por meio da montagem
faz parte tanto do trabalho de antropólogos que trabalham com imagens, quanto de museólogos e curadores em sua fase de
planejamento expositivo. Conheça um pouco do processo que levou à montagem desta exposição. Você pode dar zoom nas imagens
e conjuntos fotográficos.
A exposição está organizada em 3 tempos, onde cada narrativa transporta vestígios de encontros, vivências e afetos. Falam da circularidade
do tempo e da vida em movimento.
Convidamos a todes a circularem por essas temporalidades que nos permitem mergulhar numa relação de reciprocidade construída
entre Achutti, os moradores da Vila Dique e o Museu das Memórias (In)Possíveis. Para isso acesse o menu abaixo:
