Eduardo Reina fala sobre Hecilda Fonteles Veiga
Soledad Barrett Viedma foi assassinada por policiais aos 28 anos, grávida,
no Massacre da Chácara São Bento (Paulista - Pernambuco) em 1973
Eduardo Reina fala sobre Soledad
A vida de Soledad Barrett e sua filha, há 30 anos buscando informações sobre a mãe. “O paradeiro de Soledad seguiu como incerteza até o início dos anos 1990, até o momento em que se começou a abrir os arquivos. A filha Ñasaindy, com vinte e poucos anos, veio ao Recife em busca de informações e teve dificuldades com o poder público. “Fomos atrás de documentos no IML e seguimos direto para o cemitério da Várzea. No livro do cemitério, no dia 9 de janeiro de 1973, lá estavam vários corpos enterrados como indigentes e, entre eles, o nome de Soledad Barrett”, diz Ñasaindy”.
Vinícius Sobreira
Em depoimento prestado à Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), em 1996, pela advogada Mércia de Albuquerque Ferreira, que teve acesso aos corpos de vítimas no necrotério. Ela relatou que o corpo de Soledad foi encontrado em um barril com quatro tiros na cabeça, muito sangue nas coxas, pernas e no fundo do recipiente havia o feto de seu filho. O Folha de Minas e Documentos Revelados.
E AQUI…? A QUEM PROCURAR…
A política de esquecimento no Brasil foi tão eficiente que até hoje há os que acreditam que a ditadura militar brasileira não foi tão sanguinária quanto às dos nossos vizinhos latino-americanos. Por essa razão, a ditadura nunca acabou para muitos. Os bebês e crianças sequestrados por militares na ditadura sofrem até hoje - sozinhos - o trauma de um dos crimes mais terríveis que se pode cometer com um ser humano: o apagamento das próprias origens. Não saber quem somos e de onde viemos é algo que pode jogar o sujeito à angústia, à loucura. No Brasil, esse crime hediondo foi negado até Eduardo Reina ter a coragem e a obstinação necessária de provar essa história criminosamente apagada. Mas ainda são poucos os brasileiros que conhecem este capítulo de horror e violência da nossa história.
Nosso compromisso ético é lembrar para que esses crimes nunca mais aconteçam!
“...eram as ‘loucas’, as Madres de Plaza de Mayo”
Madres de Plaza de Mayo (2015)
Inconformadas, destemidas e persistentes, as mães hoje são avós, Abuelas de Plaza de Mayo, e continuam buscando respostas: Una concentración este domingo en Madrid exigirá el "desbloqueo" de la ley de 'bebés robados'.
Dia 30 março de 2023
Comissão de Anistia planeja revisar mais de 4 mil pedidos negados
Dia 29 julho de 2023
Janaína Almeida Teles e Edson Luiz de Almeida Teles, filhos de Maria Amélia de Almeida Teles, conhecida como Amelinha Teles, vão ser indenizados por terem assistido à tortura de sua mãe nos anos 1970, durante a ditadura militar.
“Quero usar uma frase que não me pertence, porque já é de todo o povo argentino. Juízes: ‘Nunca mais.’”
Filme Argentina, 1985
“... considero a carência no cinema brasileiro de produções equivalentes a Argentina, 1985 um testemunho eloquente de nossa debilidade. A invisibilidade e o silêncio audiovisual quase absolutos a respeito dos crimes da ditadura militar de 1964 a 1985 nos desmerece”.
Eduardo Escorel