Em 2015, Achutti recebeu uma mensagem enigmática em sua rede social: “Você tem a minha história!”, disse uma jovem de 20 anos, até então desconhecida.
A interpelação, intempestiva, ficou em suspenso.
Mas, insistiu, retornando de tempos em tempos, como nossas lembranças.
Diênnifer, a jovem persistente, fora retratada por Achutti com 1 ano de idade, no colo de seus pais enquanto ele fotografava o galpão de reciclagem da Vila Dique. Para Diênnifer e seus familiares, os retratos que compõem o livro oriundo da dissertação de Achutti transformaram-se em álbum de fotos da família. Ser fotografado por um profissional ou mesmo revelar uma foto era um luxo na época. Ainda mais onde o “lixo” tinha por objetivo transformar-se em renda. E, por que não, em memória.